Jornada Bilíngue

Aprenda inglês entendendo como seu cérebro aprende

outubro de 2024 por A.J


cabeça com um cérebro humano
Imagem criada por Microsoft Designer

O simples fato de ninguém nos ter ensinado a como nós devemos estudar e como meu e o seu cérebro aprende as coisas faz com que cada um de nós acabe adotando formas e estratégias diferentes de como fazer isso. Alguns preferem ler e reler, outros reescrever ou cria um resumo sobre o que viu, mas o que os estudos mostram é que a maioria usa maneiras com pouco ou nenhuma eficiência.

Uma das formas de entender e provar a falta de eficácia de alguns métodos é pelo fato de muitos estudantes, mesmo frequentando escolas de inglês particulares que ensinam de forma tradicional, saírem sabendo mal o básico do idioma. Já nas escolas públicas, o resultado é ainda pior: são anos, série após série revisando o mesmo assunto e no fim ainda saem sem saber de nada ou com dificuldade de lembrar.

Por isso, vou compartilhar o conhecimento de uma das coisas que deveriam ter nos ensinado no nosso ensino básico, que é como o nosso cérebro aprende e como usar esse conhecimento para aprender inglês. Como devemos estudar e potencializar os nossos estudos e o que a ciência por trás do autoconhecimento tem a nós dizer sobre tudo isso, é o que vamos ver.

Aprenda inglês melhor


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Para aprender inglês da melhor maneira precisamos entender alguns conceitos sobre aprender. Existe quatro etapas que devemos levar em consideração . São eles:

  1. Adquirir;
  2. Entender;
  3. Consolidar;
  4. Capacidade de recuperar

Sabendo o caminho para esse processo, podermos ir para o próximo passo que é sobre como funciona cada uma delas.

Entendendo como seu cérebro aprende


Etapa 1 – Aquisição


Nosso cérebro possui dois focos: o alternado e o contínuo.

O foco alternado é quando estamos distraídos, prestando atenção a várias coisas ao mesmo tempo, como ouvindo uma música ou olhamos TV enquanto falamos com alguém ou estudamos. Já o contínuo é quando damos atenção a uma única coisa, como quando estamos somente lendo um livro ou ouvindo algo de maneira focada e concentrada – esse é o princípio do foco unifocal. Apesar de o segundo foco gerar um desgaste mental maior, exigindo um pouco mais de energia, ele também é o que gera maior resultado de aprendizagem. Quando fazemos algo que exige mais de um foco, como no alternado, um desses focos será prejudicado seja em performasse ou tempo pois nosso cérebro foca apenas em uma única coisa por vez com eficiência.

Há quem diga que é capaz de fazer duas coisas simultaneamente como estudar enquanto conversar ou ouve uma música, por exemplo, mas isso é apenas uma impressão ou uma falsa percepção. Quanto mais distraído e dividido estiver sua atenção menos você aprenderá e consolidará o conteúdo que estiver tentando adquirir, pois a ciência que estuda principalmente a memória diz que o principal modulador menta para entender uma informação é o foco contínuo.

Por isso, quando for estuda inglês ou qualquer outra coisa procure ficar em um lugar onde você possa ficar o mais focado possível. Tente perceber tudo aquilo que distraia você e chama sua atenção, então procure um jeito de tirar ou reduzi esses problemas. Pode ser as notificações do celular, pessoas conversando alto próximo de você ou o volume alto de algum aparelho eletrônico.

Dica: Para melhora o desempenho e manter a mente menos sobrecarregada durante o estudo focado, faça pausas de alguns minutos e não faça nenhuma outra atividade que exija muito sua atenção mental enquanto descansa, para que o que foi visto antes seja melhor processado pelo seu cérebro.

No entanto, pode surgir a dúvida:

Então… aprender inglês através de textos com áudio, por exemplo, atrapalha o aprendizado?


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Entenda:

Você certamente já deve ter visto uma imagem que mostra como ver, ler e escutar é mais poderoso do que apenas ler e ver ou simplesmente ler. O segundo ponto, sobre a combinação de diferentes modalidades (ver uma imagem, ler o texto e escutar o áudio), tem fundamento científico também. Quando informações são apresentadas em diferentes formatos que se complementam (multimodalidade), o cérebro tende a criar conexões mais fortes e associações mais ricas. Isso é chamado de aprendizado multimodal. Por exemplo, ao ler sobre um conceito e, simultaneamente, ver uma imagem ou assistir a um vídeo relacionado, o cérebro pode processar e reter a informação de forma mais eficaz.

A chave para entender a diferença entre essas duas ideias está no tipo de informação e no contexto. Escutar uma música não relacionada ao que você está lendo pode competir com a sua atenção e prejudicar o foco. No entanto, quando os estímulos são complementares (como texto e imagens ou áudio sobre o mesmo tema), eles podem trabalhar em conjunto para reforçar a aprendizagem.

Em resumo:

• Fazer multitarefa com atividades não relacionadas, como ler e escutar música, pode realmente prejudicar o foco.

• Usar múltiplas modalidades (texto, áudio, imagens) sobre o mesmo tema pode, de fato, reforçar o aprendizado, já que o cérebro processa melhor informações complementares.

Etapa 2 – Entender


Essa parte se trata de técnicas de estudo. Existem várias, incluível há uma guia de artigos no menu deste site apenas sobre elas e uma exclusiva dedicada a que eu considero a melhor quando se trata em melhora a fala e a escuta: são os textos com áudios. Mas o que a neurociência diz sobre técnicas? Existe uma melhor?

Para a neurociência, quanto maior o esforço para lembrar de um conhecimento sem precisar fazer uma consulta melhor essa técnica. Imagine o cérebro como uma esponja: para adquirir você precisa sugar e para por para fora o que você absorveu você precisa espremer. A “Técnica de conversação” é perfeita para treinar o que você aprendeu de foma ativa (Veja em 3 Técnicas Para Aprender Inglês).

Você também pode tentar ensinar a alguém o que sabe usando o conhecimento que adquiriu ou fazer perguntas e responder para testar a si mesmo. O foco aqui é rever o que você aprendeu bem, o que ainda não aprendeu e o que precisa ser revisado. Quanto mais souber transmitir mais você entendeu e aprendeu sobre aquilo.

Etapa 3 – Consolidar


Quando falamos sobre consolidar memórias falamos sobre saúde e a importância de hábitos saudáveis. Os hábitos que beneficiam o cérebro e seu desempenho são alimentação, sono e atividade física. Cada um desses fatores se complementam e são a base para ter uma boa eficiência em seus estudos.

1 - Sono:


Durante o sono, o cérebro processa e consolida memórias, organiza informações e repara conexões neurais. Uma boa noite de sono é essencial para o aprendizado, pois fortalece as sinapses, melhora a retenção de informações e facilita a resolução de problemas, além de permitir o descanso mental necessário para o bom desempenho cognitivo. Alguns estudos científicos que comprovam sua importância:

  • Rasch, B., & Born, J. (2013). "About sleep's role in memory." Physiological Reviews, 93(2), 681-766.
  • Stickgold, R. (2005). "Sleep-dependent memory consolidation." Nature, 437(7063), 1272-1278.
  • Walker, M. P., & Stickgold, R. (2006). "Sleep, memory, and plasticity." Annual Review of Psychology, 57, 139-166.

Além disso, estudos mostram que tirar a famosa soneca da tarde de até trinta minutos ajuda a consolidar melhor o que você estava estudando. Vale ressaltar que esse é o tempo ideal, caso contrário você pode acabar dormindo mais profundamente e afetar o desemprenho do seu sono noturno.

2 - Alimentação:


Uma boa alimentação, rica em nutrientes como ômega-3, vitaminas e antioxidantes, favorece a plasticidade cerebral, melhora a memória e a concentração, ajudando no processo de aprendizagem. Por outro lado, uma má alimentação, com excesso de açúcares e gorduras saturadas, pode prejudicar a cognição, causando inflamação cerebral e afetando a capacidade de formar novas memórias. Estudos como Gómez-Pinilla, F. (2008). "Brain foods: the effects of nutrients on brain function." Nature Reviews Neuroscience, 9(7), 568-578. e Mattson, M. P. (2008). "The impact of dietary energy intake on cognitive aging." Frontiers in Aging Neuroscience, 2(5). mostram a relação entre dieta, função cerebral e cognição. Você pode encontrar artigos desses estudos nos sites Nature e Frontiers ou em plataformas como PubMed.

3 - Atividade física:


A atividade física aumenta o fluxo sanguíneo no cérebro, também promover a neuroplasticidade e estimula a produção de neurotransmissores como dopamina e serotonina, essenciais para o aprendizado que favorecem a memória, foco e bem-estar mental.

Etapa 4 – Capacidade de recuperar


A capacidade de lembrar é o resultado de tudo que já foi visto. Você pode se testar e exercitar isso através de fleshcards, criando perguntas e respostas para serem revisadas durante a semana. Escolha revisar todos os dias o em momentos específicos ao invés de separá apenas um dia para isso, dessa forma você estará comunicando ao seu cérebro que aquele conhecimento é importante ser consolidado e importante saber no seu dia a dia.

Resumo Geral:

  1. Estudar com Foco Contínuo
  2. Usar bons métodos e técnicas
  3. Ter hábitos saudáveis
  4. Revisar
  5. Assim você aprende de verdade

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